Hoje conversei com meu colega TWer Alexandre Corrêa Barbosa sobre Educação.
Claro que eu comecei a verbalizar uma montanha de coisas sobre Educação, sobrepostas, misturadas movidas pela minha empolgação/inquietação.
Fora minha falta de habilidade de organizar ideias antes de expressá-las adequadamente, havia de fato uma confusão interna, causada por minha obsessão, imatura ainda, por Educação.
Eu questionei o conceito pelo meu colega de que a missão da Escola, como instituição, não era somente ajudar no processo de apropriação do conhecimento dos estudantes.
Defendi que havia muito mais envolvido. Que o contexto local deveria ser considerado e que a cultura local tinha relevância na hora de determinar o que é conhecimento e o quão profundo neste conhecimento consideraremos que um estudante atingiu.
Que a maior parte do que aprendemos na Escola Básica é inútil e que deveríamos ser expostos somente ao que fosse útil, na medida e aprofundamento que ainda fizesse sentido ao estudante.
Ele defendeu que o fato de expor os estudantes a conteúdos e conhecimentos os permitem conhecer e escolher.
Defendi que, sim, se as escolas não fossem tradicionais como as atuais ela tornaria a Educação muito mais ampla.
Não apenas voltada ao conhecimento e conteúdo, mas para ajudar crianças e jovens a encontrarem um caminho para maior “autonomia”.
O Alexandre afirmou que eu estava confundindo o fim com as formas de chegar ao fim que seria ampliar o conhecimento do estudante, o que traria consigo maior autonomia.
Discordei de imediato. (apesar de saber que isto acontece, como aconteceu comigo e isto ser o que sempre acreditei há anos atrás…)
Ele pediu-me evidências, exemplos de como isto seria feito.
Com ideias desestruturadas, difusas, eu não consegui articular exemplo algum decente.
Citei processos de aprendizagem voltado a resolução de problemas e contextos reais, critiquei as avaliações padronizadas.
De novo, caí nos meios, sendo que iniciei criticando a finalidade da Escola…
De fato, a instituição escolar tem a missão de prover uma estrutura para que os humanos se apropriem de mais conhecimento.
Neste momento, percebi que olhava a Educação Escolar como bala de prata…
Defendia a Educação como bala de prata.
Só quando o Alê me disse que quando uma comunidade vivem em conflito/guerra, deve-se resolver a questão da guerra antes da Educação.
Quando uma comunidade vive passando fome ou sem saúde, estes são os primeiros problemas a serem endereçados, depois a Educação.
Quando há uma desigualdade social profunda, onde uma minoria com poder econômico e político se sobrepõe a uma maioria carente do básico. Isto deve ser endereçado primeiro, independente da Educação, pois pode impedi-la de realizar seu propósito em si.
Nesse momento, ainda mais fortemente, caiu a ficha do profundo valor do criticado “assistencialismo” do Governo Lula com o Bolsa Família, por exemplo.
Nesse momento, percebi que aprendi algo novo.
Livrei-me de um pedaço de minha cegueira.
Depois disso, fomos para uma sala para estudar, discutir e aprender um pouco mais sobre inceptions.
Depois disso, voltei para pegar as crianças na escola, pois a Paula precisou ficar até mais tarde no trabalho.
Pela primeira vez peguei os três, com chuva, saindo da escola, voltamos para casa, fiz a janta – sustentavelmente, com menos louça do que deixara antes – e dei para as crianças, separei um pratinho para minha esposa – como ela sempre fez para mim, tentei o melhor que pude nesta pequena oportunidade de Educação no contato com meus filhos no final do dia (falhei ao repreender aos gritos o Biel quando ele bateu de leve na face no Gui, depois conversei para entender se ele havia compreendido a mensagem).
Mais tarde, desenhei um labirinto (foto que ilustra este post) que o Gabriel conseguiu resolver sozinho riscando os corredores com o lápis depois de várias tentativas e erros, apaguei junto com ele para desenharmos juntos o caminho até a saída. Sugeri que fizesse o caminho com o dedo e depois desenhasse uma linha da entrada até a saída… Após mais uma tentativa quase bem sucedida e uma pequena falha, apagamos, ele refez sozinho com o dedo o caminho e depois com o lápis e conseguiu! Engajado durante o desafio (talvez pensando no jogar vídeo game depois rs)!
Depois disso, estou aqui escrevendo este post para registrar este dia que passei…
Aprendi e realizei coisas novas, pois abri-me a perceber, aprender e fazer coisas melhores.
Volta para mim a frase que ouvi no sábado na UNIVESP: “Você só aprende aquilo que você QUER aprender.”